sexta-feira

Noite


Sou a devoradora dos deuses esquecidos;
Amante dos suspiros curiosos; Maestra dos tempos ociosos.
O tempo em suas mãos esperançadas
Passa leve e atormentado em horas vãs
Sendo amiga dos seus silêncios tenebrosos.

Abra os meus seios com seus suspiros
E saboreie da carne mais insana e saborosa
A palavra mais vitoriosa não se ama:
Em meus silêncios, não há uma só palavra amorosa.
E depois de ter invadido minha carne com sua alma
Só encontrará e se saciará da mais áspera desesperança.

Criança ore desamparada sobre a face da cama
Pressione suas lembranças contra o peito esmorecido
Suas saudades são válidas porque matei todos os seus dias.
Dias em que acordou assistindo ao próprio deus ser devorado
Em agonia vendo que era esquecido.

Olhe para o céu, pergunte se todo aquele sol
Após todo anoitecer é realmente merecido.

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